Efeitos secundários da cannabis

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Como acontece com todas as drogas ilegais, a nossa sociedade divide-se entre o desconhecimento e a reprovação de uma parte da população, e a curiosidade em experimentar de outra grande parte. No centro desta polémica estão os médicos, que procuram cingir-se aos dados científicos. Conheça mais sobre a cannabis e os seus derivados.

O poder da mente
A marijuana e os seus derivados contêm tetrahidrocanabinol ou THC, principal princípio psico-activo da cannabis que se compõe de uma substância que liberta dopamina, a hormona do prazer. Em tom de brincadeira, mas com o seu quê de verdade, os consumidores de cannabis e os de chocolate costumam procurar o mesmo efeito relaxante. No entanto, a cannabis pode provocar uma diminuição de movimentos e pouca coerência de pensamentos. E mais, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para o facto do consumo crónico alterar a forma de se receber a informação. Mas o efeito mais perigoso dos derivados da cânhamo no cérebro é que podem agravar transtornos já existentes, como a ansiedade, depressões ou esquizofrenia.

Relaxe os músculos
“O THC afecta o rendimento dos desportistas, diminui os reflexos, a actividade motora e a capacidade de coordenação”, alerta um grupo de especialistas da Faculdade de Medicina de Navarra, Espanha.

Apetite a 300 km/h
Um par de passas e o seu estômago parece um motor V8 a “beber” gasolina, ou seja, o consumo de haxixe aumenta o apetite. Os responsáveis por este efeito são aquilo a que apelidam de “endocannabinóides”, umas substâncias que se acoplam no hipotálamo aos receptores responsáveis por regular a ingestão de alimentos. Por isso, é que existem médicos a defender a possibilidade de se desenvolver um tratamento com derivados de cânhamo para quem sofrer, por exemplo, de desnutrição extrema ou anorexia.

Mais velocidade
Quando se fuma marijuana, o coração vê-se obrigado a fazer horas extras. À medida que se liberam as substâncias químicas, a pressão arterial e o ritmo cardíaco aumentam. Este esforço em excesso pode quadruplicar a probabilidade de se sofrer um enfarte algumas horas depois de se fumar. O aumento do ritmo cardíaco aparece logo poucos minutos depois do consumo e persiste mais de três horas”, explicam os especialistas do Hospital de São Paulo num artigo publicado na revista Transtornos Aditivos. Esperamos que não fume charros, mas, se o fez e se se sentir muito alterado, mantenha a calma. A melhor maneira de travar os efeitos negativos (como a ansiedade, a taquicardia ou as dificuldades respiratórias), no caso de intoxicação, passa por procurar um lugar tranquilo e com pouca luz onde possa relaxar, respirar com calma e recuperar a tranquilidade.

Veneno para os pulmões
Um charro contém mais PAH – um dos agentes causadores do cancro do pulmão – do que um cigarro. Por isso, fumar dois charros num fim-de-semana é mais prejudicial do que fumar um cigarro por dia. Agora imagine o que acontece se fumar tabaco e haxixe! É que fumar cannabis pode mesmo provocar um efeito broncodilatador, levando os consumidores crónicos a sofrer alterações pulmonares e bronquite aguda. Imagine agora que, apesar da forma mais rápida de absorção ser fumando, há quem coma a erva… misturando-a com iogurte ou mesmo em bolos!

Possibilidade de infertilidade
O sémen contém receptores estimulados pelo THC. Quando isto acontece, os espermatozóides como que ganham mais energia e entram rapidamente em acção. Mas, ao “nadar” demasiado rápido, esgotam-se antes de chegar a cortar a meta (ao óvulo). Além disso, segundo estudos de laboratório apenas realizados em animais, pode causar infertilidade, uma vez que são afectadas as hormonas sexuais e há uma inibição do desejo e da excitação.

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