É bom, não foi?

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É BOM… NÃO FOI?
Apesar de ser muito conhecida, mas pouco admitida, a ejaculação prematura é uma das disfunções sexuais mais comuns entre o universo masculino que, inevitavelmente, prejudica uma relação… e não nos estamos a referir apenas à relação sexual. Quando ainda se está na fase da adolescência é normal atribuir um orgasmo repentino à excitação do momento, à inexperiência própria de um jovem, e é relativamente fácil superar a situação uma vez que, de acordo com o Dr. Américo Baptista, Representante Nacional da Stress and Anxiety Research Society (STAR) www.star-society.org, “na fase inicial alguns jovens conseguem continuar o coito após a primeira ejaculação, sem perder a erecção, e assim manter uma vida sexual satisfatória, pois demoram mais tempo a ejacular da segunda vez conseguindo obter e proporcionar prazer”.

Contudo, com o passar dos anos, “a aptidão de ter duas ejaculações seguidas perde-se e a qualidade da vida sexual deteriora-se podendo levar à disfunção eréctil ou ao abandono da vida sexual”, alerta o especialista.

GRUPOS DE RISCO
É difícil definir exactamente a duração, ou o pouco tempo, que o acto sexual tem de durar para poder ser caracterizado de ejaculação prematura, mas se o orgasmo acontecer antes, durante ou imediatamente após ter penetrado a sua parceira… então é muito provável que seja o seu caso. Estima-se que esta disfunção sexual afecte cerca de 28% dos homens, principalmente os mais ansiosos, os que têm um ritmo de vida stressante, os sexualmente inseguros ou os que estão excessivamente preocupados em agradar às mulheres.

De acordo com o Dr. António Canhão, psiquiatra em Coimbra, a psicoterapia também pode ser uma ajuda, uma vez que “incentiva uma atitude de relaxa-mento que conduz a uma melhoria da situação”. Em qualquer destes casos, a ejaculação prematura é, quase sempre, consequência da ansiedade provocada pela possibilidade e um eventual… acontecimento sexual. Contudo, “o conhecimento deste tipo de problema, algumas noções básicas da sua origem e a colaboração da parceira são um primeiro passo importantíssimo”, refere o psiquiatra.

PORQUÊ A MIM???
Na grande maioria dos casos, a ejaculação prematura não está relacionada com uma causa orgânica, mas eventualmente pode ser provocada por uma infecção local como a prostatite ou com doenças neuronais degenerativas que possam afectar partes do sistema nervoso relacionadas com esta função sexual. Mas as causas não se ficam por aqui, pois esta disfunção também pode ter origem na utilização de substâncias ou drogas, assim como pode afectar homens que tenham adquirido o hábito de consumir álcool para atrasar o orgasmo (é verdade!) e, quando deixam de utilizar este “método”, já não conseguem aguentar o mesmo tempo e não controlam o tempo da ejaculação.

PRESTAÇÃO CRONOMETRADA
Não se preocupe, não estamos a propor-lhe que leve para a cama um relógio sempre que for ter sexo… isso só iria aumentar ainda mais a sua ansiedade! Normalmente, considera-se disfunção se o orgasmo masculino ocorrer menos de três minutos após a penetração. Contudo, se a sua prestação durar entre três a sete minutos, também pode ser considerada disfuncional se durante todo este tempo estiver preocupado somente com o controlo ejaculató- rio ou se interferir com a sua capacidade para estabelecer relações íntimas.

De acordo com a Dra. Erika Morbeck, psicóloga com especialida-de em Sexologia na Clínica Pelviclinic, Lisboa, e autora do site www.erikamorbeck.info, “o que é avaliado actualmente não é somente o tempo, mas também a satisfação subjectiva e o facto do homem conseguir conter ou prolongar a ejaculação”.

QUANDO O PROBLEMA PASSA PARA A CABEÇA
A ejaculação prematura pode originar uma série de problemas psicológicos, principalmente face à extrema importância que é atribuída às capacidades da satisfação da parceira e consequente adiamento da ejaculação, até porque um homem que de forma insistente e repetida tem ejaculações prematuras tende a ficar ainda mais ansioso perante a sua masculinidade e competência sexual. Mais grave que isso, esta disfunção acaba por afectar igualmente a parceira que se pode ressentir de não usufruir de uma experiência sexual satisfatória o que, eventualmente, origina problemas na relação.

A melhor forma de lidar com esta situação “consiste em aceitar o problema para se poder tratar”, alerta o Dr. António Canhão referindo que “existem dois tipos de terapêutica, uma cognitivo-comportamental e outra através de medicação, devendo, qualquer uma delas, ser acompanhada por médicos com formação em Sexologia” explica o psiquiatra.

VIDA A DOIS… PARA O BOM E PARA O MAU!
O apoio incondicional da parceira é uma importante ajuda para a resolução deste problema que afecta a vida íntima do casal, uma vez que quem sofre não é apenas o homem, detentor da insuficiência sexual, mas também a mulher. “Ignorar o problema é o primeiro passo para uma possível crise e consequentemente insatisfação”, alerta a Dra. Erika Morbeck. Contudo, é natural que o homem se sinta mais afectado, uma vez que se sente incapacitado para satisfazer plenamente no plano sexual a sua parceira. Perante esta situação, existem muitos casais que chegam a colocar a vida sexual de parte, o que não é nada saudável para uma relação originando, mais cedo ou mais tarde, uma ruptura.

TEMPO EXTRA
Antes de mais é importante relembrar que a ejaculação prematura é um problema relativamente comum da sexualidade humana, por isso não precisa de entrar em pânico. Algumas soluções podem melhorar a duração da sua actuação sexual, “mas cada caso tem que ser avaliado, pois as técnicas terapêuticas só produzem resultado depois de um trabalho base relativamente às causas da dificuldade”, explica a Dra. Erika Morbeck.

Alguns antidepressivos têm resultados práticos… mas depois de serem tomados podem regredir, “daí a importância de um trabalho conjunto com um terapeuta sexual”, refere a psicóloga. Não se esqueça que “o tratamento não envolve ensinar a sentir menos prazer, mas sim a gerir adequadamente, e sem ansiedade, o prazer das sensações”, conclui.

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